Exames laboratoriais complementares indicados no apoio ao diagnóstico do linfoma difuso de grandes células B (LDGCB)

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Roberta dos Santos Guilherme
Luciana Zambeli Caputto
Alexandre Luiz Affonso Fonseca
Juliana Pereira
Fernando Luiz Affonso Fonseca

Resumo

O linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) é um linfoma agressivo, heterogêneo, mas potencialmente curável com quimioterapia multiagente; compreende cerca de 30 a 40% dos linfomas não Hodgkin; ocorre principalmente nos indivíduos com mais de 70 anos e raramente em crianças. O LDGCB pode surgir como um evento de novo ou representar uma progressão ou transformação de um linfoma menos agressivo. O International Prognostica Index (IPI) é utilizado como um fator preditivo das conseqüências clínicas para o paciente, porém, isolado não é capaz de prever com certeza o resultado de um tratamento para pacientes individuais, então se faz necessária a utilização de outros exames laboratoriais, ditos especiais para melhor diagnóstico e prognóstico dessas neoplasias. O objetivo deste trabalho foi verificar os principais exames laboratoriais complementares no apoio ao diagnóstico do LDGCB, bem como os avanços dessas análises, destacando seus princípios, vantagens e desvantagens na rotina laboratorial. O anátomo-patológico, a citogenética clássica, a citogenética molecular, as técnicas de biologia molecular, a imunohistoquímica e a imunofenotipagem são os exames aplicados no diagnóstico desta patologia. O exame de anatomia patológica pode ser utilizado como de referência, pois delineia o diagnóstico do paciente e auxilia na escolha dos exames complementares. A marcação por imunohistoquímica realiza uma avaliação direta das células neoplásicas, pois pode identificar os subtipos centro germinativo (GC) e não GC dos LDGCBs e predizer a sobrevivência com uma expressão similar a de expressão de genes por microarrays, considerada a principal técnica de biologia molecular empregada no estudo dos LDGCB. A citogenética clássica permite observar outros marcadores além dos específicos para o LDGCB, como as translocações t (14;18) e t (11;18). A imunofenotipagem (citometria de fluxo) permite a caracterização do estágio de maturação das células malignas, contribuindo para a definição da linhagem celular. Contudo, a  técnica de FISH além de identificar marcadores genéticos do LDGCB, permitir que esta análise seja feita em amostras acondicionadas em parafina e em células não viáveis.

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