Prevalência da síndrome de Burnout em anestesiologistas de Instituição de Ensino Superior em Medicina

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Fernando César Serralheiro
Alfésio Luiz Ferreira Braga
Maria Lúcia Bueno Garcia
Thiago Grigio
Lourdes Conceição Martins

Resumo

Introdução: A moderna estrutura social vigente que, historicamente, privilegia as leis de mercado, atualmente se vê refletida, também, no âmbito profissional, uma vez que o indivíduo é avaliado a partir de parâmetros de produtividade e eficiência empresarial. A intensificação profissional cotidiana sobrecarregada acarreta importante redução do tempo disponível para si mesmo, facilitando amplo prejuízo em sua vida particular, favorecendo o aparecimento da síndrome de Burnout. Objetivo: Verificar a prevalência da síndrome de Burnout em anestesiologistas ligados à Faculdade de Medicina do ABC e sua relação com atividade física. Casuística e Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado por meio de dois questionários autoaplicados. Um abrangendo informações biodemográficas e o Maslach Burnout Inventory (MBI). Foi realizada a análise descritiva e o teste U de Mann-Whitney. Resultados: Observou-se que a maioria de anestesiologistas era do sexo masculino, casados e com filhos. 45,8% praticavam atividade física. Houve diferença apenas para o domínio despersonalização, no qual quem não praticava atividade física apresentou grau de despersonalização maior que os que têm essa prática rotineiramente (teste U de Mann-Whitney, p<0,05). A maior parte dos anestesistas era de plantonistas e diaristas ao mesmo tempo e a maioria não conhecia o que é síndrome de Burnout. Conclusões: Embora a prevalência da síndrome nesse grupo de anestesistas tenha se mostrado baixa, ela e suas repercussões apontam para a urgente necessidade de intervenções institucionais com capacitação e apoio para que o profissional possa lidar com os aspectos objetivos e subjetivos da atividade assistencial específica da profissão

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Seção
Artigos Originais

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